quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O tempo passa, as coisas mudam. Homenagem a nossa "chiot"..

Há quanto tempo estamos nesse processo... É algo muito lento. Tão lento que muitas coisas acontecem ao longo do caminho. Particularmente, esse ano de 2011 está sendo muito difícil e a espera do processo é o menor de nossos problemas.
Sumimos durante todo esse tempo porque estavamos nos readaptando as novas condições que a vida nos impos. Primeiro um acidente de carro vitimou um dos "chiots". Felizmente agora ele está bem e fazendo fisioterapia para recuperar o movimento da pata dianteira, quebrada no acidente. Depois nós perdemos o nosso baby. Foi muito duro e pensamos que não iriamos nos recuperar. Mas Deus nos deu muita força, juntamente com nossa família e amigos. E finalmente, a dois dias atrás o outro "chiot" faleceu depois de  quase nove anos de vida.

Esse post vai em homenagem a nossa querida "chiot", a laçinho, que com sua doçura encantou a todos. Sei que ela teve uma excelente vida. Correu, pulou, comeu guloseimas. Quase não teve problemas de saúde e o mais grave nos tirou a vida dela de maneira rápida e quase indolor. Foi calmamente assim como viveu toda a sua vida. Minha querida amiga você viverá para sempre em nossos corações.

Agora a mudança para o Canadá representa muito mais do que um recomeço de vida.  Nós nos agarramos com unhas e dentes a esse recomeço e que o ano que vêm seja mais leve e mais doce do que esse que está acabando...

Abraços,

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sobre esperas e mudanças

Alguém já disse que nossas vidas podem ser dividas em vários momentos. O que o marca a nossa passagem no tempo são dois tipos de situação complementares: a espera e a mudança. O interessante é que, embora esses dois momentos ocupem boa parte do nosso tempo temos, em geral, urgência para que eles passem logo. E, embotados por essa pressa, esquece-se de viver. Mas por que esse tema vem à tona? E qual a relação deles com esse blog? Continue lendo, caro leitor, que dentro em breve a conexão aparecerá.
Mas antes, é preciso contextualizar: o momento que vivemos agora é uma grande espera (ou duas) que será seguida de uma grande mudança (duas também - mas que no fundo, no fundo, são a mesma coisa). Está se falando aqui da espera pelo nosso bebê (o Arthur, como o observador atento já notou) e a espera pela próxima etapa do processo de migração. A primeira antecede aquela que talvez seja a maior mudança de nossas vidas, a segunda, além de tema desse blog, terá impacto igualmente marcante. A nossa tendência é transformar esses momento de espera em um mero obstáculo, afinal a próxima etapa, e só ela, é que interessa. Ai que nos enganamos, pois adotamos uma postura passiva em relação ao tempo: ele passa por nós, e nós apenas esperamos o momento acabar. A espera tem uma função muito importante nesse processo: ela nos prepara. Prepara para o que está por vir. Se soubermos tirar proveito dela, estaremos mais preparados. Outro dia mesmo, eu dizia agradecido que é bom que a gestação humana dure nove meses: dá tempo para se preparar e se acostumar com a idéia. E quem faz isso é esse tempo que passa por nós e que nós simplesmente chamamos de perda de tempo. O mesmo vale para o processo de imigração. Talvez, respondendo rapidamente (ironicamente, rápido) muitos gostariam que o processo fosse curto, documentos num dia, entrevista no outro, pedidos de exames médicos na caixa de correios na próxima quinta. Mas, se essa urgência é mesmo tão boa, vamos levá-la ao extremo: que venham logo os exames, para eu ir logo, para arrumar emprego logo, me adaptar logo, crescer meus filhos logo e... vai-se a metade da vida! A vida assim, perde a sua fluidez e junto com ela, o próprio sentido. A alternativa é tornar cada momento de espera, um rito de passagem, para que se possa ir ao próximo passo... a mudança.
A segunda parte desse post metafísico é sobre a mudança, algo novo que acontece nas nossas vidas e que tememos. O erro aqui novamente, é querer que a mudança passe logo e nos adaptemos: como pais, como moradores em um novo país. Depois de esperar tanto tempo, desejando a mudança, quando ela chega queremos que ela... passe logo! Não é estranho? Deveríamos sim, deixar as mudanças externas fazerem a coisa mais importante: mudar quem somos!
Afinal, andei pela espera, falei um pouco sobre mudança, mas a mensagem que fica é mais simples (batida e óbvia): viver o presente! Ele é a certeza que temos. E se o presente agora é de espera (ou mudança) viva-o intensamente. Porque sua vida nunca está em espera, nunca está em mudança: sua vida está sendo vivida!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Acesso a blogs de imigrantes: Análise baseada no histórico de acessos do le fabuleux destin.

Quais são os interesses dos futuros imigrantes nos blogs dos companheiros? Hoje fiz uma análise dos acessos em meu blog, que é bem novinho e não-famoso. Apesar disto fiquei surpresa com o número de visitações em 9 meses de vida. O tópico mais visitado foi “Uma nova família” com 32% das visualizações e o segundo “Beleza em Montreal:cabelos, unhas e depilação.” com 15%. Ou seja, a família (no caso nossa família Salvador-Quebec) vem em primeiro lugar, mas não podemos esquecer da beleza, rs.
Grande parte da busca é originada pelo google com a busca por palavras chaves (interessante, o resultado é originado principalmente pelas palavras imigrantes e família; legal né?) seguido pelo sistema de Timelines em que estamos inscritos e pelos nossos novos irmãos e irmãs do grupo Salvador-Quebec.
Nosso público é brasileiro (84% dos acessos) com alguns acessos oriundos do Canada e EUA (8%), mas temos acessos pontuais originados da Portugal, França, Rússia, Eslovenia (?), Emirados Arábes Unidos (?,?), entre outros.
Bem, isto é uma visão geral, sem nenhum fundo estatítico ou importância epidemiológica mas tem um aspecto interessante (claro, uma análise pessoal baseada em um ponto apenas), as pessoas parecem não ter  como principal foco de busca aspectos práticos como previdência, currículos, etc mas sim com a rede de amigos que fará no novo país. Isto não me é estranho uma vez que o perfil de imigrantes é de pessoas de classe média e média-alta, qualificada e que tem experiência de trabalho. Ou seja, é um grupo seleto que sabe o que quer e pelo menos pela amostra que temos em nosso grupo, além da qualificação profissional são pessoas de alta qualificação pessoal. Eu sempre comento que o Brasil não está perdendo apenas mão de obra de primeira mas principalmente pessoas com alto grau de cidadania e consciência.
Bjs

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Canada vs Brasil: Parto Normal vs Cesariana

Estou mergulhada no assunto gravidez. Apesar de ser uma profissional da área de saúde, estou aprendendo muito. É claro que uma das maiores preocupações das futuras mamães é o momento do parto. Infelizmente a grande maioria das mães de classes média e alta (acima de 80%) não se preocupam com isto e resolvem fazer cesariana, mesmo sem recomendação médica. Muitas vezes os próprios médicos levam-nas a crer que esta seria a melhor opção, o que leva o Brasil a ter um dos maiores indices de cesarianas do mundo. Isto apesar do parto normal ser considerado três vezes mais seguro, e a cesariana ser considerada (deveria ser) uma opção em caso de emergência e nunca a primeira opção por comodidade da famíla e/ou médico.
"Dos quase 2 milhões de partos realizados no Brasil pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em 2009, 687.400 foram cesarianas, o que corresponde a 35% de todos os partos realizados no país. A porcentagem representa mais que o dobro do número de cesarianas recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que considera aceitável que esse índice seja de até 15%.   A taxa é ainda maior na saúde suplementar, que representa os brasileiros que têm planos de saúde. Segundo a ANS (Agência de Saúde Suplementar)  o número de cesarianas representou 84% (!!!!!) do total de partos realizados em 2009 (Fonte: R7 notícias)."
A minha realidade era exatamente esta. Todos os médicos que consultei tinham duas posturas, ou não queriam falar sobre o parto (está muito cedo para isto) ou levavam-me a crer que a cesariana seria a melhor opção.
Após algumas leituras e depoimentos de conhecidas, conheci um pouco da realidade canadense, que é bem parecida com a americana ou europeia. O parto normal é a prioridade e a cesariana é relegada aos momentos de necessidade real. Para muitas brasileiras que tiveram filhos lá, a experiência não foi boa pois sentiram muitas dores e a elas foram administradas anestesia peridural somente apos 8 a 9 cm de dilatação. Isto é o normal, mas como o nosso costume é não "sofrer" no parto, talvez a leitura delas tenha este viés. Desta forma, o parto no Canada parece ser mais correto que no Brasil. Claro que não é perfeito. Podemos ter um parto perfeito? Por incrível que parece no Brasil nós podemos sim. Aqui, se você tiver condição financeira boa, você pode ter seu filho em uma cidade que tenha equipe humanizada, como Belo Horizonte, São Paulo, Rio fe Janeiro, Brasília, etc. Existem equipes e hospitais preparados para tornar este momento o mais natural possível permitindo as mulheres vivenciar essa experiência única sem sofrimento. Como disse, estou aprendendo muito e construindo um "plano de parto" que seja o melhor possível. No Brasil podemos escolher o médico ginecologista, o pediatra, o hospital, a doula, etc. Podemos planejar este momento incluindo medidas para minimizar a dor como banheira, bolas de pilates, penumbra, música, massagens, etc. No Canada você será atendido por quem estiver de plantão. Aqui nós temos acesso a todos os resultados, ultrasom, etc. Lá você tem acesso quando o resultado for ruim, do contrário você pode nem mesmo ver o ultrasom. Para mim isto não seria um grande problema mas acho muito cômodo poder fazer tudo do jeitinho que você deseja, mas com muito esforço e perseverança.
Moral da história: em relação ao parto, o Canada está a frente do Brasil, mas no Brasil você pode montar seu plano de parto (desde que tenha a sorte de estar morando na cidade certa ou tenha dinheiro para se deslocar até elas) transformando este em um momento especial.

Beijos

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Sem pausa e sem pressa

Bom, mes amis

Começa mais um ano e com ele os planejamentos. Acho isto uma grande tolice pois na maioria das vezes apenas gera uma grande frustação pois os planos são grandiosos demais para um ano somente dar conta. O ano acaba e os planos ficam incompletos. Então, seguindo a linha de pensamento budista, que tal viver o momento presente? Sem pausa e sem pressa? Isto vale imensamente para quem está no processo de imigração. Veja bem, achar que você está saindo de uma situação horripilante, de um país acabado e que está indo para o mundo dos sonhos é jogar "lama" em seu passado e construir castelinhos de areia para seu futuro. Em minha opnião é uma justificativa muito simplória para um passo tão grande.
É evidente que o Brasil tem problemas graves de qualidade de vida, mas possui coisas boas também. Aposto "todo o dinheiro do mundo" que quando você estiver no Canadá sentirá muita falta do Brasil e só se lembrará das coisas boas daqui. Isto vale para todas as nossas experiências e isto faz, felizmente, com que o ser humano cresça emocionalmente, recordando-se dos bons momentos. Talvez seja um mecanismo evolutivo de auto-defesa.
Certamente, quando você estiver no Canadá encontrará uma série de obstáculos, demonstrando que lá ou em qualquer outro lugar existem problemas e são eles que nos impulsionam para frente. Espera-se que os problemas sejam outros, mas eles estarão presentes.
Então se não é pelo passado ruim ou por um futuro cor de rosa. Por que imigrar? Para mim conta muito a grande experiência de vida que é morar em outro país e vivenciar uma nova cultura. Este é o bem que quero armazenar, nada de carros, casas e ações. O que quero é meu enriquecimento cultural e emocional. De cada viagem que fiz pelo mundo a fora algo ficou guardado em minha memória e me tornou uma pessoa melhor. Isto não tem preço e não se compra e felizmente não se perde (ao contrário dos carros, casas, etc).
Tento viver o presente. Não gosto de criticar a minha situção atual e muito menos a passada. Acho que tudo que vivi contribuiu para minha formação como ser humano. E não fico fazendo grandes planos para o futuro, principalmente planos a longo prazo. Estabeleço algumas metas e trabalho para que elas sejam contempladas, mas nada de "rush".
Aprendi a viver assim depois de vários tropeços e decepções. Acredito que desta forma consigo levar a vida de maneira muito mais leve e natural. Por enquanto tem dado certo.
Convido você a tentar em 2011 viver o presente. Saborei cada momento bom de seu dia. Simples assim.

Abraços